Há tanto o que se comentar dessas
últimas semanas. Justamente porque figuraram uma peça com atores vorazes.
Juventudes que se tornaram imediatamente velhas. Ensinamentos ditos pela
falácia, com garganta apodrecida ainda em tenra idade. Olhares despedaçados.
Bocas infiéis. Suspiros, contudo, que desembocaram em verdadeiras descobertas.
Revelamo-nos uns nos outros, gratuitamente.
Há tanto que se dizer desse ano.
De um ano que se multiplicou 365 vezes sem paradas e equilíbrios. Uma jornada
indeterminada que ao menor sinal de desavença permitiu o desafeto.
Paralelamente, toques dados por amor também completaram essa jornada. Curta ou
não, a verdade habitante de seres sempre conectados prevalecerá. Pode demorar
mais um ano, talvez, mas sempre ocupará a história de seres.
Jornada quase interminável que
surrupiou liberdades, lascou vontades, ceifou alegrias e amputou momentos
mágicos.
Mas deve haver mais ditos sobre
esses últimos instantes, que como todo bom observador da rotina se gratifica
com a incerteza do futuro para novos saberes. Não tão perto de nós, e sim em
nós mesmo, lá está nosso grande desafiador, o tempo. “Você fala muito do tempo,
não é?” Eu havia escondido a verdadeira resposta: é ele quem fala sobre nós,
meu amado amigo. Sempre foi no ontem que nos resta a memória, durante nosso
respirar enquanto acordados vivemos e no nosso futuro indevido. Sim,
totalmente, impreciso. O tempo deveria ser chamado imprecisão. Perpétuo.
Impenetrável. Desafiador.
Como se disse desse último ano é: já se sabe o
que dizer. O que não sabemos é escrever nosso ano sem aquela pitada desumana de
incertezas, de intensos desvios e insuportáveis aprendizados. E, por fim, entre
margens de rios, água pura e firmeza entre pares encerra-se uma data para
surgir um dia.
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