13 abril, 2015

Um dia em uma loja de departamentos

Hoje, de modo quase impressionante, tive um diálogo rápido, porém frutuoso com o caixa da loja de departamentos.

Ouvi do moço: "Boa noite senhor, tudo bem"? Respondi com leve sarcasmo: "Bem para quem pode." E ele: "Verdade, né?". Continuou: "Eu não sei onde eu vi, não lembro, mas era algo coisa que falava que se o brasileiro fala que está bem ele na verdade não está!" Eu considerei: "Verdade!". Ele executando a função e colocando meus futuros bens nas sacolas: "São 26,70!" Eu interpelei com ar irônico: "Tudo isso!?" "Débito!" Ele, começando a rir: "Pode inserir o cartão!". Depois continuou, digitando repetidamente as mesmas teclas: "Esse computador é lento demais!" E eu, interessando-me pelo desfecho e já ter digitado a senha e retirando o cartão da máquina: "Obrigado!" Ele, rindo: "Não quer levar essa torradeira? Eu tenho lá em casa!" Antes mesmo que eu reprimisse a tentativa, e ele ainda rindo: "Tô brincando, tenho não!" Eu, por fim: "Valeu!" E ele gentilmente: "Obrigado senhor e boa noite! Próximo!"

Tudo muda

Eu não sou um mestre, mas sei que tudo muda. Às vezes quero acreditar ao contrário, mas além do fim tenho a certeza de que tudo nessa existência se altera, querendo ou não. As premissas estão em todos os mais desprezíveis sinais, os aparentemente insignificantes: no abraço dado, no aperto de mãos envergonhadas, no fitar dos olhos e no não esquecimento do colo seguro.