17 julho, 2006

Verde domingo

Cores claras abraçavam teu leito. Linda cor verde... a mesma cor que me aprazia.
Domingo... nunca desejei bem o domingo...
Deitado... coberto... certo como bloqueio. Defeso pela situação e, ao mesmo tempo, indefeso por minhas palavras.
Quisera não te fazer sofrer. Quisera...
Nem ao menos me preparei e tu, sincero, não me aprisionaste. Por quê? Questões? Estávamos cientes da verdade. Eu mudo. Sabias da razão de minha visita e nem sinalizou...

Não pude evitar os olhares ontem à noite. Não pude contemplar-te com outra intenção. Não pude procurar-te com o mesmo vigor de outrora.
Procurei, procurei...
Estava atrás da afirmação. Veio ao deitar.

Pude contornar ao nosso favor, mas não completamente ao meu.
Emocionei-me. Certamente pelas sensações que, graças a ti, certificaram-me da existência de um coração dentro de mim.

Verde. É a cor da alegria. Adornava teu corpo. Um rosto puro. Bela forma desenhada pela providência divina. Seria ela a responsável por nossa união?
Verde. É a cor da tristeza. Enxugava tuas lágrimas. Sinceras! Encantadas. Emotivas. Egoístas, pois pensavas apenas na solidão que o aguardava.

Verde é a cor da minha condenação. Resultado de bem-me-quer.

Amanhã não serei o mesmo. Tua ausência marcará friamente meu peito.

Saibas que me esforcei. Imagens lindas carregarei.
Hoje dou-te gratidão e amizade. O que me dará?

Foste o primeiro presente mais belo, puro e límpido que já recebi.
Foste a primeira constatação de que sou humano.

Saibam... foi a Pureza que fez a Liberdade chorar.

“É um tchau, não um adeus.”

Resta-me uma pergunta: Por que me negaste um abraço?