30 julho, 2015

O que é, é.

É, hoje a noite é para se amar. Amar de todo jeito. Várias intensidades. É, hoje a noite é para nos termos em abraços e beijos incansáveis. Demonstrarmos um ao outro quem é que manda em nossos corações: nenhum de nós, individualmente. Pensar como um nó e não dois alinhados.
É, hoje a noite é para recordar o breve histórico de nosso convívio que não inspirou mais planos futuros. Seria hoje que consagraríamos, junto à luz da lua que lá fora brilha, todo o ardor de cada lado esquerdo de nosso peito, entre mordidas no pescoço, declarações perfumadas de interesse e chamego enlouquecedor dado na nuca, puxando os fios do cabelo.
É, hoje a noite promete ficar mais incandescente que os dias mais ensolarados do verão. Hoje, eu sei, que está disposto a enterrar, definitivamente, o mais puro toque que já ofertou a alguém, em troca de uma segurança que você não tem e jamais construirá. É, hoje a noite vai ambientar palavras doadas pela sua boca, tão singelas, mas efêmeras. Hoje, a noite testemunhará o início de seu infortúnio. É o que desejo, profundamente.

20 julho, 2015

Resposta ao ódio

Fazia um bom período de tempo que não conversava mais sobre os desafios atuais do mundo. Perdeu o fino trato, isso já era mais que notável. Perdeu-se também em pensamentos quando em rodas de conversas inúteis. Quem era naquele momento em que a leitura já não o poderia salvar mais? Quem deixou de ser, intolerantemente? Alguém demasiadamente interessante para os amores contemporâneos. Ficou calado muitas vezes. Ouviu desaforos, grandiosamente insensíveis. Reclamou certa vez, como se desejasse dar um basta às incompreensões: “você consegue ser profundamente violento comigo.” É ódio que por mim sente, hoje. Então é amor, desde o passado, que irá receber de mim.