08 dezembro, 2014

Espelhos

O popular conduz de modo exemplar as sabedorias: quebrar o laço é o primeiro passo para o infortúnio. Ali, quase como uma criança que desastrosamente desconhece a firmeza do próprio punho, inocentemente foi vencido pela gravidade. Era um banho qualquer e por qualquer desatenção o despropósito aconteceu. São afetos desfeitos por simples quebra de decoro, isso quando há para arder em descarte.
Desfazer interesses agrada mais à vaidade que favorece os justos esforços. Agora, quebrá-los, ai sim acometem-se ao infortúnio. Já estava quase tudo preparado para o início de frutuoso devir, mas... o descuido, o falso interesse e a mesquinhez levaram-no a quebrar. Ao menos fosse desfazê-los para futuramente resgatar aromas, sorrisos e vigor.
A cá! Conduzimo-nos pelo caminho de uma vereda irônica. Caminhar sempre foi desgostoso esforço, mesmo ainda mais moço, apesar de conhecer as existências, cônscio de sua solidão.
Era apenas para se ensaboar. O enxágue seria fatal. Por que se ocupar de duas coisas ao mesmo tempo: a si e a própria insegurança? Naquela madrugada não foi isso que pode acontecer, porém. Um natural banho se tornaria sentença para outros 7 ou 14 anos de infortúnios. Quem saberia contar agora?
Caberá ao próprio popular reinventar a roda da fortuna de quem desfez laços, acomodou-se em lençóis em noites apartadas de pele e quebrou a particular fortuna. Ah, ah a vaidade! Tão formosa entre nós.

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