21 novembro, 2010

Que vontade do tudo

E aquele sabor ficou marcado, saltado no meu corpo. Prazer! Era esse o propósito: prazer. Prazer em se sentir leve, alto, fácil, dinâmico, natural e, quem impediria, infinitamente vivo.
A opção permitiu uma resposta imediata: socializaram a vontade do tudo. O que? Aquilo que o tempo insiste em destruir e o ser teima em desejar: o brilho, o vigor, a pulsão, o tórrido, o viscoso, o hoje.
Começar é fácil, está por ai. Bem ali, ó! Veja, vagarosamente, pois conseguirá enxergar. Bote reparo mesmo! Não tema elogiar, pouco ainda querer. A fisgada é gostosa. Gostosa realmente. Parece algo como comer pratos fartos e beber inebriadamente, ausente o receio de estar feliz. Estar feliz! Felicidade branda, econômica, veloz e, se outro quem permitir, rasteira.
Por que? Tava esquivada a razão... Ora, se a maternidade proibe o prazer, hoje mais ladra que morde, e o braço forte do pater familias controla é porque a vontade de ser você, no seu agora, satisfaz gulosamente o que não se define, mas pressente.
Outrora as coisas e situações fossem mornas, incertas e destemperadas, hoje, mais sem graça ainda! Precisam de estimulantes artificiais, especialidade da indústria e da química, para (re) animarem seres anatomicamente potentes e mentalmente esgotados.
"Desça mais uma, garçom!" Esse parece ser o nome da atual geração.