10 novembro, 2014

Mutilação

Desinteressado, repousou olhares sobre um futuro indeterminado. Sempre ousou por mais. Temeroso com o presente, pretendeu energias para o agora sem muitos desconsertos. Direcionou a atenção para o vazio. Ali a rua, lá um homem a levar o lixo até a frente de casa.

Acomodou o veículo no pasto certeiro e relembrou de minutos incontáveis ao lado do mistério, certa vez. Parecia querer recuperar aquela sensação: solidez nas palavras que a ambos eram sinceras. Ao menos assim determinou de sua parte. E aquelas ofertadas do lado de lá? Detestou a ideia de que pudessem ter sido avultadas da coerência. Havia tanto o que ser feito, mas não haveria mais espaço no devir para tamanha campanha. Tudibiou e logo teve que aceitar. O mistério tem sua função bem dada: mutila.

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