Entre abocamentos ficamos nós uns
nos outros. Inexiste a possibilidade desse fenômeno não acontecer,
independentemente das primárias intenções. O interlocutor repassa a intenção ao
receptor e ali se firmam sóbrios, quietos e cúmplices. Faltam detalhes,
contudo, nos futuros comprometimentos e as pequenas parcelas de cada um se
expandem involuntariamente. Deixam-nos inseparáveis de modo que há vontades
comuns e sinceras.
Quando cerramos nossos olhos
retorna-nos a imagem, do nosso pretendente à boa companhia, exclamando afetos
brandos, consistentes. Pedem-nos, assim. Quando cerramos os olhos em dias de
luto apontam-nos o reflexo de nossa alegria desvelada em face alheia. Por
segundos reconhecemo-nos em uma atmosfera sem paralelos: é como se fôssemos,
nós e as boas companhias, um só ser em conexão. Há paz. Hoje, em dias de
desvínculos, há prodígios quando nos tornamos nós. Precioso é o franzino feixe
que mantém os espíritos unidos por minutos desavergonhados.
Ao cerrarmos nossos olhos e
relembrarmos das boas companhias e elas em retrato estiverem ofertando um canto
de boca imensamente distante do outro canto de boca são elas mais que boas
companhias, são nossas.
Um comentário:
Para mim que sempre acreditei, assim como Exupéry, de que o essencial é invisível aos olhos, o teu texto transcendeu uma verdade realmente "palpável" e concreta! Saudades imensas...
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