17 julho, 2005

O sentido da Parada


Neste último dia 15 de julho, aconteceu a IV Parada da Diversidade aqui em Campo Grande, onde os gays, as lébicas, as trangêneros e os simpatizantes manifestaram seu desejo: o respeito à diversidade e a garantia dos direitos. Qualidades que são fundamentais para a sobrevivência da vida, para a vida das pessoas.
Acompanhei de perto a realização de um seminário (que antecedeu a Parada) que tratava sobre a cidadania e políticas para atenter ao público jovem homossexual, assim como apoiei a passeata entre as ruas da cidade, sobre um trio elétrico.

Estiveram presentes na organização do seminário, assim como da Parada: a ATMS (Associação das Travestis de Mato Grosso do Sul), o CPJ (Centro de Protagonismo Juvenil), Mulheres de Mãos Dadas e o GELLS (Grupo de Estudos das Livres Sexualidades) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, do qual sou membro há três anos.
A Parada foi realizada com recusos da Secretaria de Cultura, ou seja, com recursos do Estado, graças aos impostos cobrados. Parte do financiamento deu-se pela Coordenação de Prevenção DST/AIDS, da Secretaria Estadual de Saúde.
Essa atividade mostrou como este público (representados pelas intituições acima citadas) empregou os recursos públicos e que sua aplicação resulte no desenvolvimento de ações (manifestação) cotidianas e permanentes, e em seguida, propor políticas públicas para atender o mesmo.

Não encontrei razões para acreditar que o preconceito e as dificuldades passadas por essas instituições, pudessem acabar com o movimento glbt aqui em MS, mas também não acredito que as realizações e os frutos colhidos foram suficientes. Uma das afirmações foi notar novas organizações que surgem e se afirmam no interior do Estado de MS. Fiquei surpreso com empenho de um grupo de liderança em Nova Andradina. Comporam um grupo e fundaram um instituto para atender ao público glbt da cidade. Isto é resultado de encontros e seminários realizados ano antes. É o esforço de pessoas de boa fé, de trabalhadores, de pagadores de impostos como toda a sociedade brasileira, de pessoas de carne e osso...

Quero entender por que é necessário o mês do Orgulho Gay para exigir uma importante característica política: a garantia dos direitos políticos (não apenas os que se tornam lei, mas toda a amplitude de direitos que afirmem a humanidade do ser vivo possuidor de telencéfalo altamente desenvolvido).
Espero que as ações a favor da mulher, da mulher lésbica, da criança, do jovem, do jovem homossexual, do homem, do homem gay, do idoso, do idoso homossexual não fiquem apenas em palavras que contentem a burocracia e a hipocrisia de determinados grupos sociais, mas, sobretudo, que fortaleça a dignidade humana, afinal, o ser humano é digno de ser humano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Extremamente polido, você me pareceu que consegue escrever com o controle de um observador, Isso é magnífico, infelizmente faz aprte da minha profissao, e de mim, hoje, consequentemente, prestar atenção nisso, às vezes mais a forma do que o próprio conteúdo. Mas nesse caso amobos estão muito bem dispostos, comedidos, enfim! Gostei do que li, com dificuldade porque a fonte apareceu aqui toda desfigurada, mas não perdeu o brilhantismo das suas idéias. 1.233.655 pontos a mais pra você, já era seu fã, depois desses últimos dias então! Um grande abraço caro amigo!