28 outubro, 2018

Se eu pudesse


Se eu pudesse eu o abraçaria. Eu o deitaria em meu colo e contaria as mais humoradas histórias fantásticas da humanidade. Todas as mais fantásticas histórias porque eu não pretendia doar a ele o pouco, por mais intenso que seja o infinito da imaginação humana.
Se eu pudesse eu o beijaria as bochechas para que se sentisse mais meu e menos do nada. Afeto deveria ser linguagem entre humanos. Todas as línguas deveria se satisfazer com o afeto, por mais diversas que sejam as culturas.
Se eu pudesse eu o contemplaria. Já não basta o tempo que o universo lhe determinou para um fim e ainda a luta que tenho que travar contra o finito para que a memória sempre esteja frutífera? Não, não basta o menos.
Se eu pudesse eu o viveria. Para que sofrer sozinho se abraçar acalenta o corpo e desperta a alma para a vida?

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