20 agosto, 2015

Fosso

Por maior que seja a falta
Nós nunca seríamos
Fomos
Aprendi que o ímpar é mais seguro que as derivações geométricas
Quem morno fica por muitos anos no espaço?
Qual gosto tem a boca que por vezes já foi mastigada?
Que aroma de pele não se torna gravado em mente insensata?
Qual rotina não os levará à própria sorte?

Por maior que seja a minha infelicidade
Nós nunca fomos pares
Fosso
Ensinei a mim mesmo que a insegurança é mais atenta que a liberdade
Por conta minha e por minha desaventura
Quem ousa dirigir novamente a palavra para o outro, tão distante já?
Que tipo de desassossego perene eleva a rispidez de toques frívolos e medianos?
Em qual ângulo o perfil de um se torna menos simétrico e indisposto ao outro?

Por maior que esteja minha sagaz procura por outro colo
soube que nós nunca teríamos nos dado dedicadamente por muitos meses o mesmo prazer
Somos
Desaprendi a arte da argumentação, pois era por ela que me embrenhava em matas desinteressantes
Quem diria que eu esqueceria a temperatura que emanava de suas mãos acariciando meus cabelos, hoje compridos?
Que maternidade desdenharia nossa concepção, a qual somente uma mãe notou minha tamanha devoção ao seu corpo e mente?

Por menor que esteja meu instinto
Por menos ar que a minha vontade de prazer epicurista inale
Já nos condenaram os estóicos
Somos da matéria e não vamos nos felicitar nunca mais

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