O entrevistador questiona o
teólogo sobre o simbolismo presente nas religiões. O teólogo responde complementando
sobre a perda do mistério, que está banalizando as expressões de crença atuais.
E termina: “com a perda do mistério perde-se também o fascínio”. Mais uma das
minhas inquietações existenciais que refletirei pelos próximos dias.
Sou humano, sou real e sou vivo. A matéria não me domina, apenas me suporta. Minha essência forma-se a todo momento, assim como um despertar confuso e inseguro. Meu inconsciente realiza-se a favor de outrem. Minha animalidade revela-se quando estou só. A solidão confidencia-me poucas mentiras. Sabes quem eu sou? "Eu sou o que sou!" (O Criador)
21 outubro, 2014
10 outubro, 2014
Devir
Ontem nos pareceu tão farto. Quase como um glutão que devora
memórias.
Ontem se apresentou tão extenso
quase infinito
dono de um poderio sem virtudes.
Com maquiavélica vontade se apossou de entranhas corporais
expurgou recentes acontecimentos
destronou líderes incorruptíveis
deixou-nos órfãos
fez-me singular e não mais plural.
Ontem
fez de todos nós humanos desafortunados.
Ontem, ah o Ontem!
Com o auxílio do tempo personificado em vontade
legou-nos apenas bons momentos
que
em suas grandezas históricas
desapareceram das intenções.
Ontem
Fez de nós mais comuns que o habitual.
Ontem
eu usei o instante como utilizo de mim mesmo em dúvida
havendo somente uma força que habita em humanos
para não nos esquecermos.
01 outubro, 2014
Queiramo-nos
Entre abocamentos ficamos nós uns
nos outros. Inexiste a possibilidade desse fenômeno não acontecer,
independentemente das primárias intenções. O interlocutor repassa a intenção ao
receptor e ali se firmam sóbrios, quietos e cúmplices. Faltam detalhes,
contudo, nos futuros comprometimentos e as pequenas parcelas de cada um se
expandem involuntariamente. Deixam-nos inseparáveis de modo que há vontades
comuns e sinceras.
Quando cerramos nossos olhos
retorna-nos a imagem, do nosso pretendente à boa companhia, exclamando afetos
brandos, consistentes. Pedem-nos, assim. Quando cerramos os olhos em dias de
luto apontam-nos o reflexo de nossa alegria desvelada em face alheia. Por
segundos reconhecemo-nos em uma atmosfera sem paralelos: é como se fôssemos,
nós e as boas companhias, um só ser em conexão. Há paz. Hoje, em dias de
desvínculos, há prodígios quando nos tornamos nós. Precioso é o franzino feixe
que mantém os espíritos unidos por minutos desavergonhados.
Ao cerrarmos nossos olhos e
relembrarmos das boas companhias e elas em retrato estiverem ofertando um canto
de boca imensamente distante do outro canto de boca são elas mais que boas
companhias, são nossas.
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