Já sabemos que tudo
que tenha vida um dia se desfaz. Desfaz-se a forma e a essência. Fica, contudo,
a lembrança: de ser presença sincera, de ter conquistado felicidades, de
superar em conjunto as limitações e violências. Já se sabe, também, do fim
inesperado. Das incapacidades de fazer reviver alguém em nosso cotidiano. Mas o
pior é enterrar alguém tão próximo ainda vivo, mesmo sem essência. Sufocar com
terra ou até mesmo queimar momentos, imagens, auxílio e cumplicidade. O fim não
pode ser em si mesmo, mas no outro. Arde demasiadamente no peito de quem ouviu
os rumores maternos e se compadeceu. Se a mão atinge não foi em vão: porque lá
havia o último fragmento de amor. “A mão foi minha, o gesto foi teu.” Medéia
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