Completava mais um final de verão e as oportunidades se esvaiam. Muitos rumores sobre meu presente concatenavam com o desespero de ser um adulto. Cronos adiciona adultos desesperados pela solidez da paciência. Talvez seja esta a única e verdadeira amiga da humanidade, pois, inquestionavelmente, é virtude e a procura por toda a existência.
Motivos excediam o intelecto. Compreendia os resmungos e as repetições alheias. Quase inexistiam novas companhias interessantes. Contudo, lá estava posto, invariavelmente, humano. De que maneira torpe me admiravam, os inabundantes fiéis, humano? A enganosa pretensão está na alternativa assinalada: “estou num país democrático, logo, falo o que, cônscio, projeto: sou humanista!” Para que teimar consigo? Porque se dobrar aos comentários dos fiéis para se indispor com sua própria crença. Lê-se, no fundo, carente. Pretensioso jamais! Carente assim será por toda possibilidade de respirar.
A ele faltavam palavras resultantes de um processo criativo, fortemente marcado por uma dor que não se reza pela inexistência de alguém querido. Estando, eu, no presente ou na ilusão do devir, confundir-me-ia com a identidade do outro: aquele que não pensou tanto antes de pronunciar uma injustiça. Esta que revive a cada instante a morte, e por ser sádica, ainda sorri ao enxergar os vermes comerem, com toque voraz de humor, sua miséria em forma de corpo.
Quisera ter nascido sem o berço de ouro da perspicácia e abandonado o conforto universal da carência afetivo-amorosa.
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