Vim por este caminho para um anúncio: nunca mais quero brincar de carrossel! Isso é uma sentença que jamais poderá ser desfeita.
É nele que se acompanha o movimento de um mundo cuja realidade não é totalmente prazerosa, e sim enganadora. Outrora, poderia ser um encanto, hoje, contudo, faltam-me ânimo e vitalidade.
Cavalinhos de madeira já adestrados!? Como assim? Qual graça teria em cavalgar ausente instabilidade e vento oriundo de uma única direção? Inexistente autonomia natural? Pois é, nobres, o movimento ocorre sem muitos contornos do lado de cá e ainda o suporte não proporciona aventura do outro lado.
Havia dito antes da maturidade da existência de dois desafios: o primeiro é o mais vil, já o segundo...
No início era fácil desdenhar o finito. Jovem demais para concorrer com a força da natureza, despedi-me do fim sentenciando que só deveria ultrapassar o físico após ter escrito uma obra literária, aprendido outro idioma latino e visitado uma das Maravilhas do Mundo Antigo. Claro que a Morte não engoliu essa! Já o fim, deveria caminhar solitário, buscando um conforto que eu nutriria por mim mesmo, sem auxílio externo, sem companhia, sem xícaras matutinas. Há, ademais, noites dolorosas preenchidas pelo desafeto. Ainda hoje! Engolia-se, também com as lágrimas, a inexperiência do toque, a fraqueza da esperança e, principalmente, o desconforto do devir.
Domesticam com facilidade extremamente humana os cavalos. Estes já são estéreis assim como os protagonistas.
Criou-se uma lógica apenas para o conforto pessoal esquecendo-se que a juventude vive para si, apoiada no outro. Desejam-me menos que ontem por insegurança, apenas.
Havia afirmado: basta de acompanhar a realidade com palavras pessimistas! Acontece, porém, o acaso distante do misticismo. Crenças inválidas. Surge o concreto, bem ali.
Reafirmo minha indignação com o carrossel. O mundo que enxergo já não agrupa mais inseguranças. Estou bravamente incomodado com os cavalos de madeira, com as cores desbotadas do cenário de um parque que não possui mais diversão.