11 janeiro, 2009

Esperando


Ao contrário da maior parte das pessoas, tenho vivido minha paixão ao lado de amigos e amigas. Também pudera: voltei-me a atenção e o que encontro? Amizades. Amizades em arco-íris, grandemente.
Anteontem, quis poupar-me de agudas esperanças: a maior, foste tua presença. Tu vieste meio a um encontro amigável. O que diriam? Tramas do acaso histórico? Certamente, não. Tiradas do destino? Indubitavelmente, não.

Acompanho as tuas ações sem mesmo desejar acompanhar. Não crias outra razão a não ser me atrapalhar a quieta vontade de ser um liberto? Liberto de teu corpo suado, cheirando acrílica. Liberto de uma mente em que enxergo estruturas arredondadas, cujo plano de fundo é uma bahia brasileira. Livre totalmente, como se possível fosse, de tua pop e aguda voz. Brasileiramente, livre de um homem que me inspiraria o último dos meus sobrenomes e a minha primeira fatia nominal, envolto, sobretudo, em um rebolado travesso.
Voltes para tua liberdade antropofágica. Voltes para o âmago da desesperança sobre o solo amargo da solidão enferrujada. Barulhenta, sim! Para uma fantasia perigosa, incerta. Para noites deslumbrantes e uma companhia infantil. Para as luzes ofuscantes que te engolirão desenfreadamente. Para a saudade do lar. Para, então, bem perto do nosso inferno.
Desistas de tudo, menos de ti. Porque aqui viverei esperando, ou, ao teu lado reconquistando.

Um comentário:

Felipe disse...

Amizades Iridescentes e um toque cor de carmesim à la Oswald de Andrade.

=]