André Luiz Martins Pereira
Percebo que não nasci para esta época. Não quer dizer que mereceria uma futura ou passada. Apenas não mereço esta.
Ocorre que a chamada para a vida coletiva não me satisfaz. Sinto, verdadeiramente, um fluxo vital se despender por rumos egoísticos. Talvez maléficos. Certo estou de que não são benéficos. Há tempos acreditava no maniqueísmo. Hoje apenas nas interfaces. Também pouco importa a verdade presente neste universo humano. Acreditava bastante na potencialidade do caráter humano: criações e pensamento. Esclarecido, pude recorrer a este sem muitas dificuldades cognitivas. Algumas sentenças, às vezes, mostravam-se embasadas, sobretudo.
Estou vivendo em estado de impropriedade. Os pensamentos estão se deslocando para aspectos do cotidiano rapidamente, sobrecarregando-o. Incorre uma fundamental dificuldade: não sei lidar com a finitude. E quem sabe? Com o que compreende o fim de uma forma fortemente incompleta, afinal não possuo trabalho. Ocioso, respiro com dificuldade, como sem perceber ao degustar o alimento o gosto, ver a realidade semelhante a flashes e cenas embaraçadas, e por fim, emocionar-me raramente, de maneira que o sentimento é tão desenxabido e seu reflexo em meu íntimo é também espaçosamente ínfimo.
Os dois pensamentos a que me refiro são o de estar doente e de estar impossibilitado de poder seguir interesse profissional. O primeiro está diretamente ligado ao tratamento que destino à finitude. Já o outro, percebo sem muitos detalhes, está na faculdade de aplicar a inteligência e o raciocínio relacional na burocracia.
Faço pouco menos do que deveria por mim, confesso. Até este instante destinei muito tempo de mim para a coletividade. Meu prazer, meus sonhos, meus anseios e pretensões estavam originariamente a propósito de outrem. As angústias, fraquezas, necessidades básicas e específicas, gostos exóticos, ofensas, incompreensões etc. Entretanto, neste instante cônscio, não sei se poderei reverter este esforço uma vez dado de pouca fortaleza e propriedades físicas limitadoras.
Compreendo profundamente os erros como se não quisesse vestir conforto no decurso do inverno gélido.
Falta preencher esta imensa lacuna, ou talvez várias pequenas lacunas aglutinadas. Se confirmar o que me aprisiona em pensamentos delirantes obterei duas sentenças: assumi uma compreensão (esclarecimento) sobre o devir claramente insuportável e não pertencer mais a esta época. Não desejo viver mais nu, além de estar, agora, sujo. Como poderei ser enxergado pela coletividade, a que sempre me preocupei, desse modo? Mesmo despedindo ainda me preocupo com ela. Este país não me merece ou nunca me mereceu porque eu não me respeitei o bastante para usá-lo. Quero dizer adeus à coletividade por desistir.
Percebo que não nasci para esta época. Não quer dizer que mereceria uma futura ou passada. Apenas não mereço esta.
Ocorre que a chamada para a vida coletiva não me satisfaz. Sinto, verdadeiramente, um fluxo vital se despender por rumos egoísticos. Talvez maléficos. Certo estou de que não são benéficos. Há tempos acreditava no maniqueísmo. Hoje apenas nas interfaces. Também pouco importa a verdade presente neste universo humano. Acreditava bastante na potencialidade do caráter humano: criações e pensamento. Esclarecido, pude recorrer a este sem muitas dificuldades cognitivas. Algumas sentenças, às vezes, mostravam-se embasadas, sobretudo.
Estou vivendo em estado de impropriedade. Os pensamentos estão se deslocando para aspectos do cotidiano rapidamente, sobrecarregando-o. Incorre uma fundamental dificuldade: não sei lidar com a finitude. E quem sabe? Com o que compreende o fim de uma forma fortemente incompleta, afinal não possuo trabalho. Ocioso, respiro com dificuldade, como sem perceber ao degustar o alimento o gosto, ver a realidade semelhante a flashes e cenas embaraçadas, e por fim, emocionar-me raramente, de maneira que o sentimento é tão desenxabido e seu reflexo em meu íntimo é também espaçosamente ínfimo.
Os dois pensamentos a que me refiro são o de estar doente e de estar impossibilitado de poder seguir interesse profissional. O primeiro está diretamente ligado ao tratamento que destino à finitude. Já o outro, percebo sem muitos detalhes, está na faculdade de aplicar a inteligência e o raciocínio relacional na burocracia.
Faço pouco menos do que deveria por mim, confesso. Até este instante destinei muito tempo de mim para a coletividade. Meu prazer, meus sonhos, meus anseios e pretensões estavam originariamente a propósito de outrem. As angústias, fraquezas, necessidades básicas e específicas, gostos exóticos, ofensas, incompreensões etc. Entretanto, neste instante cônscio, não sei se poderei reverter este esforço uma vez dado de pouca fortaleza e propriedades físicas limitadoras.
Compreendo profundamente os erros como se não quisesse vestir conforto no decurso do inverno gélido.
Falta preencher esta imensa lacuna, ou talvez várias pequenas lacunas aglutinadas. Se confirmar o que me aprisiona em pensamentos delirantes obterei duas sentenças: assumi uma compreensão (esclarecimento) sobre o devir claramente insuportável e não pertencer mais a esta época. Não desejo viver mais nu, além de estar, agora, sujo. Como poderei ser enxergado pela coletividade, a que sempre me preocupei, desse modo? Mesmo despedindo ainda me preocupo com ela. Este país não me merece ou nunca me mereceu porque eu não me respeitei o bastante para usá-lo. Quero dizer adeus à coletividade por desistir.
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