O que se entende sobre a infância?
Mais uma vez eu tentei me enganar, mas não consegui. Não conseguiu entorpecer-me em seus braços, pois sua imaturidade não consentiu.
Engraçado como os sentimentos de pertença morrem com tanta facilidade! A falta de compromisso, de seriedade para com a amizade e tudo mais.
Pudera, eu sabia dos efeitos de meu entendimento desenfreado. Eu sabia dos riscos ao tentar harmonizar e ajudar a construir o seu mundo. Tudo bem! Foi um risco que preferi viver a ser covarde...
Sabe, sou capaz de acertar se imaginar que mesmo lendo inúmeras vezes estas linhas não entenderá no final a minha intenção. É sabida a razão: não sou mais criança e não vivo em um "mundo" mágico. Saiba que mesmo construindo um mundo mágico logo ele será destruído pela violência banalizada, pelo egoísmo humano (o mesmo que assola o seu caráter) e pelo amor (bobo e romântico). Destruição inevitável e certa, como a morte.
A infância pendura até o acúmulo de responsabilidade e compromisso social. Você é capaz de acumulá-los?
Com o seu fim, as pessoas ficam menos animadas para o acaso.
Por exemplo: As crianças que fazem parte de seu mundo fantástico serão adultas um dia, e assim como as outras que virão. E você? Quando enfrentará as dificuldades?
Ainda há tempo para pensar. As crianças nunca deixarão de procurar respostas sobre a vida que você não quis, em minha companhia, refletir. Mas eu paro por aqui este assunto, paro sim! Senão eu posso cometer injustiças.
Resolvi dificuldades em sua companhia: não cobiço o amor eterno-fútil (de aparências e insuflado pelo egoísmo). Ao contrário, agora estou certo das felicidades que poderei ter ao lado de outra pessoa. Não só de Paz vive o ser humano, mas de todas as Felicidades que pretende viver.
Em seu mundo (mágico) deverá existir poucas dificuldades, ao contrário do meu (real) . Será que nos veremos novamente? E onde nos encontraremos, no meu ou no seu mundo?
O que é tristeza se permito-me ser livre?
O que é solidão se possuo livros?
O que é mágico se não posso criar o hipotético?
Faço justiça: senti-me em paz com você. Obtive o que pretendi ao seu lado. Mas agora confesso que preciso de mais, além do que pôde me deixar. Preciso de paixão, de emoção e de conhecimento.
A estrela que brilhava em minha constelação se dispersou. O que importa uma estrela em um universo de astros e do infinito?
Entender a infância é ser justo. Saibamos ser justos com nós mesmo.
Adeus.
2 comentários:
Olá.
Realmente nao temos internautas ligados a este tipo de vivencia.
A maioria passa pelo blog, da uma olhada despretensiosa e nao posta comentarios.
Devo dizer, de minha parte que achei muito interessante este seu texto.
Dá uma "vista d'olhos" no meu blog.
Voce vai gostar.
mrjamerico.blogspot.com
Agradeço as considerações. Viver é manifestar a humanidade e por ela a escrita é um instrumento que aprecio.
Abraços
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