24 outubro, 2005

Realidade e Magia

O que se entende sobre a infância?

Mais uma vez eu tentei me enganar, mas não consegui. Não conseguiu entorpecer-me em seus braços, pois sua imaturidade não consentiu.
Engraçado como os sentimentos de pertença morrem com tanta facilidade! A falta de compromisso, de seriedade para com a amizade e tudo mais.
Pudera, eu sabia dos efeitos de meu entendimento desenfreado. Eu sabia dos riscos ao tentar harmonizar e ajudar a construir o seu mundo. Tudo bem! Foi um risco que preferi viver a ser covarde...

Sabe, sou capaz de acertar se imaginar que mesmo lendo inúmeras vezes estas linhas não entenderá no final a minha intenção. É sabida a razão: não sou mais criança e não vivo em um "mundo" mágico. Saiba que mesmo construindo um mundo mágico logo ele será destruído pela violência banalizada, pelo egoísmo humano (o mesmo que assola o seu caráter) e pelo amor (bobo e romântico). Destruição inevitável e certa, como a morte.

A infância pendura até o acúmulo de responsabilidade e compromisso social. Você é capaz de acumulá-los?
Com o seu fim, as pessoas ficam menos animadas para o acaso.
Por exemplo: As crianças que fazem parte de seu mundo fantástico serão adultas um dia, e assim como as outras que virão. E você? Quando enfrentará as dificuldades?
Ainda há tempo para pensar. As crianças nunca deixarão de procurar respostas sobre a vida que você não quis, em minha companhia, refletir. Mas eu paro por aqui este assunto, paro sim! Senão eu posso cometer injustiças.

Resolvi dificuldades em sua companhia: não cobiço o amor eterno-fútil (de aparências e insuflado pelo egoísmo). Ao contrário, agora estou certo das felicidades que poderei ter ao lado de outra pessoa. Não só de Paz vive o ser humano, mas de todas as Felicidades que pretende viver.
Em seu mundo (mágico) deverá existir poucas dificuldades, ao contrário do meu (real) . Será que nos veremos novamente? E onde nos encontraremos, no meu ou no seu mundo?

O que é tristeza se permito-me ser livre?
O que é solidão se possuo livros?
O que é mágico se não posso criar o hipotético?

Faço justiça: senti-me em paz com você. Obtive o que pretendi ao seu lado. Mas agora confesso que preciso de mais, além do que pôde me deixar. Preciso de paixão, de emoção e de conhecimento.

A estrela que brilhava em minha constelação se dispersou. O que importa uma estrela em um universo de astros e do infinito?
Entender a infância é ser justo. Saibamos ser justos com nós mesmo.
Adeus.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá.
Realmente nao temos internautas ligados a este tipo de vivencia.
A maioria passa pelo blog, da uma olhada despretensiosa e nao posta comentarios.
Devo dizer, de minha parte que achei muito interessante este seu texto.
Dá uma "vista d'olhos" no meu blog.
Voce vai gostar.
mrjamerico.blogspot.com

Narciso Silva Pinto disse...

Agradeço as considerações. Viver é manifestar a humanidade e por ela a escrita é um instrumento que aprecio.
Abraços