Se eu pudesse eu o abraçaria. Eu o deitaria em meu colo e
contaria as mais humoradas histórias fantásticas da humanidade. Todas as mais
fantásticas histórias porque eu não pretendia doar a ele o pouco, por mais
intenso que seja o infinito da imaginação humana.
Se eu pudesse eu o beijaria as bochechas para que se
sentisse mais meu e menos do nada. Afeto deveria ser linguagem entre humanos.
Todas as línguas deveria se satisfazer com o afeto, por mais diversas que sejam
as culturas.
Se eu pudesse eu o contemplaria. Já não basta o tempo que o
universo lhe determinou para um fim e ainda a luta que tenho que travar contra
o finito para que a memória sempre esteja frutífera? Não, não basta o menos.
Se eu pudesse eu o viveria. Para que sofrer sozinho se abraçar acalenta o corpo e desperta a alma para a vida?