20 dezembro, 2013

Espera

Há uma frieza tão grande nos gestos que acabei conquistado pelo medo. Não o receio de perder ou ficar perdido, mas de sonhar. Costumo negar o verbo sonhar. Acontecem instantes tão supérfluos que precisaria reaver o meu ser por completo, incluindo os tais momentos de prazer. Prazeres? Parece-nos tão formosos e estáveis. Farsa! O que somos senão instantes de busca para satisfação de desejos... Ah, basta! Não pode haver mais negações. Não nos alertaram, quando infantis, que o esperar assemelha-se ao sofrimento da perda?

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