Há
uma frieza tão grande nos gestos que acabei conquistado pelo medo. Não o receio
de perder ou ficar perdido, mas de sonhar. Costumo negar o verbo sonhar.
Acontecem instantes tão supérfluos que precisaria reaver o meu ser por
completo, incluindo os tais momentos de prazer. Prazeres? Parece-nos tão
formosos e estáveis. Farsa! O que somos senão instantes de busca para
satisfação de desejos... Ah, basta! Não pode haver mais negações. Não nos alertaram, quando infantis, que o
esperar assemelha-se ao sofrimento da perda?