Não pude esperar, e logo que acordei, sentei-me rente a cama macia... Esqueci de agradecer-te.
Eles querem, ainda, corrompê-la. Novamente...
O que seria da saúde que me comporta sem tua força viril?
Como sustento pensamentos lúcidos, lembrando-me justamente de teu afeto feminino?
Ouço constantemente os queixumes das crianças. Desorientadas e famintas...
Sem tua essência não seriam porções humanas, mas corpos tomados por apoucada humanidade.
Ausente o afeto viril feminino que sai de teu toque elas morreriam... não o corpo, mas o espírito.
Nem mesmo o mais desonesto homem seria capaz de suportar por séculos a mentira de que a ti foi dita: de que foste a parte que nos trouxe os males.
Pandora, de Odilon Redon. 1915.