13 novembro, 2006

Pitangas e a pitanga

O cheiro da pitanga branca entorpece
A pitanga branca encanta
O que fazeis, querido, essa hora?
A hora do entardecer?

Foram tuas mãos que ensaboaram a lascívia
Foram teus olhos que me cansaram
Foram teus desejosos toques que me provaram
Corpos
Corpos exalando frescores
Um aroma bandeirante
Um aroma café com leite
Um aroma pantaneiro

Quantos corpos?
Quantos toques? Apaixonados?
Encantados?
Quantas maneiras de exaltar outrem?
Três corpos
Ensaboados
Frescos, frescos como pitangas
Pitangas brancas
Brancas
Pitangas e pitanga

Eram vós pitangas
Somente vós
Não a pitanga
Somente a pitanga

Quantos corpos?
Quantos toques encantados?
Quantas maneiras de exaltar outrem?
Três corpos brancos
Três amantes brancos
Frescos
Frescos como pitangas

Amarelou a cor da pitanga
Amargou o gosto das pitangas
Cor de pitanga, gosto de pitanga
E as pitangas?
Não sei mais
Foi a pitanga
Por pouco não foi sofreguidão

Macieza das pitangas
O amargor da pitanga
Sob ávidos toques
São encantos duradouros
Distante exclamou pitanga:
“Saudades de ti
Espero ouvir-te logo
Desejosos beijos de pitanga!
Teu novo amor.”

Eram vós pitangas
Somente vós
Não a pitanga
Somente a pitanga

Um comentário:

Anônimo disse...

Virei freguesa!