O bom lembrar das frestas azuis
Rebeca Rasel
Um fluir atravessado;
Clareira azul
Que transborda os limites
Da sala opaca.
Irradiada; luz
Que protagoniza passos
Teus, distantes,
Em fuga quase.
Finito alento;
Encontros em ares
Feitos de pausa:
Vapor de despedida.
De largura imprecisa,
Suplementes de cor e
Sombra: farsa
De teu corpo; adeus.
Tardes assim não foram feitas para existir.
Dentro de mim existe um quase-mundo tolo
Desses em que o te pertencer apenas persiste:
Como uma placa qualquer de direção
Indicando uma rua ou uma esquina já conhecida.
Meus braços fracos, em um gesto curvo e bravo,
Tentam levar para longe o crepúsculo trêmulo de teus olhos
Ali, no espelho, a perceber o tanto de você que ainda há em mim.
Percebo que a ausência só existe como palavra
Porque o vazio teu é concreto e perceptível.
Volto então a me abrigar na sombra de tua pálpebra;
Tardes assim não foram feitas mesmo para te esquecer.
2 comentários:
Oi! Encontrei por acaso seu blog e, por um acaso ainda mais, antigos escritos por aqui... Mande um alô! Fiquei curiosa e quero perguntar como você 'me encontrou'... rs
Saudações, R.
ps: rebecarasel@gmail.com
Postar um comentário