Segunda-feira (ensolarada)
- Dar-te-ei esculachos, menino vadio!
- Dê-me o que quiseres, mas saiba... contarei tudo a mamãe!
- Vô virá a mão na tua cara, vadia!
- Bate que eu quero vê, bate seu puto de merda!
Terça-feira (parcialmente nublada)- Sabes dos teus estudos, menino?
- Sei sim, certamente os farei.
- Vá estudá desocupado!
- Apá merda.
Quarta-feira (ensolarada)
- Cuidas da vida de tua mãe e verás o que ela fará quando descobrir.
- Minha preocupação é acerca de minha vida... somente.
- Fica mexendo nas coisas da mãe, fica...
- Não enche o saco, merda!
Quinta-feira (nublada e ventando)- Cuide de te cobrir com o manto quando a brisa condensar.
- Assim o farei. Ah! Diga onde estão os meus sapatos...
- Leva o casaco guri!
- Valeu!
Sexta-feira (garoando)
- Cuidado com o chocheiro do Lord. Ele é arredio como o eqüino.
- Sei diferenciar a insensatez da força bruta.
- Ó o carro guri estúpido!
- Tô vendo ô!
Sábado (chovendo e ventando fraco)- Viste os anúncios sobre a guerra? Viste? Responde logo menino, por favor!
- Absolutamente, estão em cima da escrivaninha. Conto depois.
- Cadê o jornal? Eu deixei aqui!
- Levei lá pra sala. Vê lá!
Domingo (chovendo ininterruptamente)- Sirva o menino criada. O peixe.
- Sim senhora.
- Estou grato.
- Dá ai o frango...
- Ó mãe! Ele pegou tudo!
- Peguei mesmo, tô com mais fome que você.
Sou humano, sou real e sou vivo. A matéria não me domina, apenas me suporta. Minha essência forma-se a todo momento, assim como um despertar confuso e inseguro. Meu inconsciente realiza-se a favor de outrem. Minha animalidade revela-se quando estou só. A solidão confidencia-me poucas mentiras. Sabes quem eu sou? "Eu sou o que sou!" (O Criador)
14 novembro, 2006
13 novembro, 2006
Pitangas e a pitanga
O cheiro da pitanga branca entorpece
A pitanga branca encanta
O que fazeis, querido, essa hora?
A hora do entardecer?
Foram tuas mãos que ensaboaram a lascívia
Foram teus olhos que me cansaram
Foram teus desejosos toques que me provaram
Corpos
Corpos exalando frescores
Um aroma bandeirante
Um aroma café com leite
Um aroma pantaneiro
Quantos corpos?
Quantos toques? Apaixonados?
Encantados?
Quantas maneiras de exaltar outrem?
Três corpos
Ensaboados
Frescos, frescos como pitangas
Pitangas brancas
Brancas
Pitangas e pitanga
Eram vós pitangas
Somente vós
Não a pitanga
Somente a pitanga
Quantos corpos?
Quantos toques encantados?
Quantas maneiras de exaltar outrem?
Três corpos brancos
Três amantes brancos
Frescos
Frescos como pitangas
Amarelou a cor da pitanga
Amargou o gosto das pitangas
Cor de pitanga, gosto de pitanga
E as pitangas?
Não sei mais
Foi a pitanga
Por pouco não foi sofreguidão
Macieza das pitangas
O amargor da pitanga
Sob ávidos toques
São encantos duradouros
Distante exclamou pitanga:
“Saudades de ti
Espero ouvir-te logo
Desejosos beijos de pitanga!
Teu novo amor.”
Eram vós pitangas
Somente vós
Não a pitanga
Somente a pitanga
A pitanga branca encanta
O que fazeis, querido, essa hora?
A hora do entardecer?
Foram tuas mãos que ensaboaram a lascívia
Foram teus olhos que me cansaram
Foram teus desejosos toques que me provaram
Corpos
Corpos exalando frescores
Um aroma bandeirante
Um aroma café com leite
Um aroma pantaneiro
Quantos corpos?
Quantos toques? Apaixonados?
Encantados?
Quantas maneiras de exaltar outrem?
Três corpos
Ensaboados
Frescos, frescos como pitangas
Pitangas brancas
Brancas
Pitangas e pitanga
Eram vós pitangas
Somente vós
Não a pitanga
Somente a pitanga
Quantos corpos?
Quantos toques encantados?
Quantas maneiras de exaltar outrem?
Três corpos brancos
Três amantes brancos
Frescos
Frescos como pitangas
Amarelou a cor da pitanga
Amargou o gosto das pitangas
Cor de pitanga, gosto de pitanga
E as pitangas?
Não sei mais
Foi a pitanga
Por pouco não foi sofreguidão
Macieza das pitangas
O amargor da pitanga
Sob ávidos toques
São encantos duradouros
Distante exclamou pitanga:
“Saudades de ti
Espero ouvir-te logo
Desejosos beijos de pitanga!
Teu novo amor.”
Eram vós pitangas
Somente vós
Não a pitanga
Somente a pitanga
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